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Sou Mateus Mossmann, artista visual e cineasta natural de Florianópolis, Santa Catarina, cuja prática artística se concentra na exploração de conceitos fundamentais da vida, da representação e da transformação. Minha obra, que abrange fotografia, vídeo e mídias digitais, não nega as fórmulas e formas de pensamento estabelecidas — como ícones, representações artísticas, teorias das cores ou geometrias sagradas —, mas parte delas para extrapolar e criar o novo. Meu trabalho mais conhecido, a videoarte Corpo Estranho, reflete essa busca por transcender o físico e o estabelecido, propondo uma reflexão sobre o corpo, a identidade e o que significa viver.

Meu processo criativo é marcado por uma obsessão em embasar-me nas convenções — sejam elas rotinas, dogmas ou representações artísticas — para, a partir delas, romper barreiras e explorar o futuro. Utilizo técnicas como edição de imagem e som, datamosh, sobreposições, manipulações de luz e reflexos, e métodos fotográficos que desafiam a exposição e a velocidade. Minhas superfícies variam entre telas digitais, vídeos, projeções e até raios-x e ultrassons, que são reprocessados para criar abstrações que desconstroem e reinventam o figurativo. A edição excessiva e a corrupção de arquivos são centrais no meu método, transformando o familiar em algo novo e inesperado, mas sempre com um pé fincado no que já existe.

O que torna meu trabalho único é justamente essa relação com o estabelecido. Não se trata de uma crítica barata ou de um afronte direto, mas de uma "pegada na mão" do passado e do presente para explorar o futuro. Minha arte é uma fusão de filosofia, tecnologia e iconografia, onde a abstração surge não como negação, mas como extrapolação das figuras e arquétipos que nos definem. A consistência está nessa obsessão por partir de dogmas — sejam eles visuais, teóricos ou simbólicos — para criar algo que inspire a próxima geração.

Faço arte porque acredito que a abstração é a chave para romper com o que nos limita. Através da corrupção, da edição e da transformação, busco criar novas formas de ver e sentir, propondo que a vida não é um manual, mas um constante processo de descoberta e reinvenção. Minha arte é um convite para que o espectador também rompa barreiras, questione os ícones que o cercam e crie novas maneiras de se comunicar e existir.